terça-feira, 31 de julho de 2012

Entrevista a Miraldo

Entrevista a Miraldo

 Desta vez o Sons No Vento entrevistou Miraldo, songwriter português que está em plena ascensão no panorama musical Nacional. Veja a entrevista em exclusivo para o Sons No Vento aqui:

 Desde quando tens a paixão pela música e como nasceu esta paixão?

 A minha paixão pela música está presente desde sempre. Desde que me lembro de existir que quero ser músico. O facto de vir de uma família de músicos ajuda, penso eu.

 Que artistas/bandas ouves com mais frequência?

 Ando a ouvir muito os últimos álbuns da Feist, dos The National, do Bruce Springteen, dos The Vaccines,…

  A que bandas já pertenceste?

Demasiadas… lol Toco ao vivo desde 1996-97 e a música é a minha profissão. Como tal, já tive muitas bandas, além de ir trabalhando pontualmente com artistas como freelancer. A maioria dessas bandas e colaborações, no entanto, não se materializou em disco. Uma boa razão para ter o meu projecto a solo.

 Porque resolveste enveredar pela carreira a solo? 

Este projecto começou por ser uma forma de musicar um conjunto de letras que não poderiam ser dispersas por outros projectos, nem conviver com letras de outra pessoa ou sequer de outro contexto literário. Além disso, queria fazer um álbum que reflectisse os meus gostos artísticos, sem qualquer tipo de concessão. Sem pensar em vendas, em rádios, sem pensar nos gostos de outras pessoas.

  O projecto Miraldo é o único em que andas envolvido de momento?

 De momento, Miraldo é a minha grande prioridade. No entanto, tenho um grupo de Jazz, Real Book Jazz Trio, duas bandas em banho-maria que são os Varuna e os September Dusk e vou trabalhando com outras bandas à medida que os convites vão surgindo. De vez em quando toco com os We Trust, de longe a longe com o Nuno Norte, por exemplo.

 Como caracterizas a tua música?

 Para mim é sempre um pouco complicado caracterizar a minha própria música. A nível sensitivo a minha música é essencialmente bonita, triste e estranha embora também possa ser feia ou até alegre (como no caso da The Ancient Days). A nível estilístico vejo-me como um Indie singer-songwriter, cantautor, escritor de canções, como lhe quiserem chamar. Chamo-lhe Indie porque de facto estou a fazer as coisas de modo totalmente independente e afastado do conceito de “produto” musical.

  O Sons No Vento sabe que estás a gravar um álbum. Para quando está prevista a edição do mesmo? Queres falar um pouco sobre o que os fãs podem esperar deste trabalho?

 A minha intenção é que o CD saia em inícios de Setembro. Sinceramente, a maior dificuldade tem sido lidar com os aspectos burocráticos do lançamento de um CD. Se queres lançar algo sozinho, o Estado assume que és rico e portanto as pessoas não conseguem sequer começar… Tem que se pagar tanta coisa antes de sequer se vender um único CD que torna isto um bocado impossível. Especialmente numa altura em que os álbuns se vendem muito pouco. Vários amigos estão na mesma situação que eu. Deste trabalho podem esperar um conjunto de canções intensas, exigentes mas que têm, na sua génese, um amor intenso pela música. Todas as canções ocupam um lugar próprio. Quero com isto dizer que no CD só ficaram músicas que, a meu ver, correspondem a um elevado grau de exigência e qualidade. Podem esperar um álbum muito original, fora de qualquer coisa que eu conheça (embora estejam patentes algumas das minhas influências), é uma porta de entrada para este meu mundo musical.

  Visto que Miraldo é um projeto a solo, como é feita a composição das tuas músicas? Tens ajuda de alguém ou encarregas-te de tudo sozinho?

 Neste álbum trabalhei sozinho na composição das músicas. Aliás, tudo partiu como dizia antes, de um grupo de textos que entretanto transformei em letras. Depois na altura de gravar fui convidando pessoas que se adequassem a determinada ideia ou som que pretendia para cada música e que tocassem instrumentos com os quais não estava à vontade, como o baixo e a maioria das guitarras, cordas, etc.

  Como está a tua agenda para o Verão?

 Este Verão estive no Fundasound, no Festival Alternativa Solidária, nas 24h do Parque Aventura. Em Agosto paro e depois a meio de Setembro recomeço e já tenho muitas datas marcadas no norte do país para promoção do álbum.

 Quais as tuas principais influências?

 Quem ouve refere sempre uma influência do Brit Pop e penso que terá a ver com o facto de ser grande fã dos Beatles e do David Bowie. Mas ouço muita música, de muitos sítios e estilos diferentes por isso é um pouco difícil de dizer. Isto porque não na hora de compor não renego as minhas influências mas não ando atrás delas.

 Com quem desejarias partilhar um palco?

 Com muita gente… Paul McCartney, David Bowie, Bon Iver, Feist, The National, Arcade Fire,etc etc

 Em que estado achas que está a música Nacional? E que projetos destacas? Por um lado, estamos a passar uma fase muito boa, com muitas bandas novas a surgir, a todo o momento. Por outro, parece-me que é cada vez mais difícil singrar num país em que muito do que conta é quem conheces e não o que tocas, em que as políticas culturais são um desastre, governo atrás de governo, em que as condições para se tocar são cada vez piores. Já para não falar do colapso da Indústria discográfica... Dos já consagrados destaco o Sérgio Godinho, o Fausto, o Pedro Abrunhosa, todos eles estão aí no activo, a dar concertos e a lançar discos. Da geração intermédia, o David Fonseca que soube criar uma postura muito dele no meio musical Pop, os membros dos Ornatos Violeta, todos eles a fazer coisas engraçadas em novos projectos. Da geração nova destaco os Peixe:Avião, Old Jerusalem, Capitão Fausto,2008, We Trust.

 Queres deixar algum contacto para que alguém que leia esta entrevista te possa contactar para agendar um concerto?

Neste momento, como verdadeiro artista Indie, também sou eu que trato dos concertos, embora tenha alguns amigos que me ajudam muito nesse departamento. Por isso, podem escrever para bookingmiraldo@gmail.com, ou 7miraldo7@gmail.com ou então podem entrar em contacto comigo através da página www.facebook.com/miraldomusic.

Queres deixar algum conselho para os jovens artistas portugueses?

Sim, emigrem. : ) Se algum dia chegar ao topo terei outro conselho para dar.



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