segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Monte Verde Festival - Balanço



Chegou ao fim mais uma edição de um dos maiores festivais de Verão dos Açores.


Durante 3 dias, a capital da música foi a praia do Monte Verde, na Ribeira Grande, onde foi possível assistir-se a excelentes concertos, bons concertos e outros menos bons. No geral. o festival merece nota bastante positiva.


O Monte Verde 2014 começou no dia 14, e coube aos açorianos Crossfaith abrir as hostilidades. Com uma atitude bastante rockeira e profissional, os Crossfaith impressionaram pela sua qualidade e mostraram o porquê de terem sido escolhidos para abrir o festival. Como temos vindo a defender, nos açores faz-me muito boa música.


Terminado o concerto de Crossfaith, chegou a hora de subirem ao palco os portugueses Skills & The Bunny Crew, as expetativas eram altas, mas rapidamente foram ultrapassadas. A bailar entre um funk e um rock mais "esgalhado", os "Skills & The Bunny Crew" mostraram que não estavam ali para brincadeiras, e lá foram chamando o público para junto de si, e acabando o concerto num grande momento de festa.


Por volta das 00:30, chegou o momento mais esperado da noite, com Paulo Furtado a surgir em palco, sozinho, para começar o concerto com "Do Come Home", primeiro single de "True". Ao longo do concerto, Tigerman teve a ajuda de João Cabrita no saxofone e Paulo Segadães na bateria. "True" foi tocado quase na integra, não faltando a homenagem a Nancy Sinatra com These boots are made for Walkin, uma viagem a Naked Blues passando por femina e terminando novamente em True. Quanto ao público, começou algo amorfo e "Desconfiado", mas rapidamente foi entrando no ritmo do Rock N' Roll, tendo o concerto terminado num grande ambiente festivo. Afinal de contas, Legendary Tigerman é dos melhores artistas Nacionais, senão o melhor.


O fim do primeiro dia ficou a cargo de Putzgrilla, Chuckie e os potentes Gomad! & Monster.


Foi mais uma banda açoriana quem teve as honras de abrir o segundo dia, os BILF são compostos por João Freitas, Tiago Franco, Romeu Bairos e Nuno Pacheco, todos músicos bastante conhecidos cá pela ilha. Apesar de serem uma banda de Covers, não se torna aborrecido ouvi-los, antes pelo contrário, pois o cunho pessoal que impõem em cada música surpreende a Riff após Riff, afinal de contas, estamos na presença de 4 extraordinários músicos.


O segundo momento da noite ficou para os portugueses Chapa Dux, eles que trouxeram o Reggae e o Ska a São Miguel, poucos meses depois de se terem estreado nos Açores no Moche Ponta Delgada Fest. Foi um concerto soberbo, a banda revela um enorme à vontade em palco, e a festa é garantida com eles.


Chegada a hora mais esperada da noite, afinal de contas Anthony B não sobe ao palco, mas sim Bushman, outro artista jamaicano que está em digressão com Anthony B, foi uma surpresa total, e que surpresa (Afinal é melhor assistir a 2 concertos do que a 1). Depois de Bushman ter cantado uma mão cheia de boas canções, surge Anthony B em palco, com um casaco com as cores da Jamaica e com um bastão na mão, afinal de contas, ele é o rei do Reggae. O concerto foi como uma viagem à sua vasta discografia, e não faltou uma homenagem a John Lennon com "Imagine" a ser entoada em uníssono pelo público. Para o fim, ficou mais uma subida ao palco de Bushan, para dualizar com Anthony B.


A noite terminou com ritmos eletrónicos, com DJ Gaspar, Malditus, Pendulum & Verse e com Groove Keepers.


Nem mesmo a chuva demoveu o público no 3º dia de festival, e os responsáveis foram os Natiruts, mas antes deles ainda havia 2 concertos.


Os Açorianos Urkesta Filarmoka abriram este dia, talvez influenciados pela chuva ou pelo pouco público que ainda se fazia sentir, certo é que foi uma atuação amorfa e um pouco aborrecida, a promessa era de festa, mas esta não se sentiu.


Já com a chuva acalmar, chegou a hora de Dillaz colocar em palco toda a sua qualidade como Hip Hoper, e mostrar que é dos melhores valores nacionais do estilo. Esta sim, foi uma atuação assombrosa e arrebatadora.


Aproxima-se a hora mais aguardada de todo o festival, Natiruts sobem ao palco ainda com alguma chuvinha que teima em cair mas que não é suficiente para afastar o muito público. Apesar dos créditos da banda, esta foi uma atuação algo morta, talvez pela chuva ou pelo cansaço, mas que não superou as expetativas. Contudo, a qualidade da banda é indiscutível, mas talvez tenha faltado algum entrosamento com o público.


Depois de Natiruts, foi a vez de João Dinis, Marcelinho da Lua DJ Bl3nd e M.I.T.R.A acabarem a noite.


Em termos organizacionais, é notável algumas melhorias, principalmente no que à zona dos bares diz respeito, a demora é inexistente, principalmente se adquirirmos as senhas de consumo cedo. No primeiro dia era praticamente impossível adquirir as respetivas senhas, pois existia apenas um posto para adquirir as mesmas, situação esta que foi rapidamente corrigida, tendo a organização providenciado mais um local para a compra de senhas.


Um aspeto com continua a merecer atenção é bilheteira, esperar mais de uma hora para trocar os bilhetes é ridículo, e a desorganização na zona da bilheteira foi caótica. Sugerimos abrir mais um posto de troca de bilhetes no próximo ano.


De resto, a organização esteve irrepreensível, em todo o festival notou-se um grande reforço por parte das equipas de segurança. Outro aspeto que foi melhorado em relação ao ano passado, foi a higiene nas casas de banho femininas, este ano foi possível verificar-se uma maior presença de equipas de higienização.


Em tom de resumo, esta foi mais uma edição memorável do festival, que veio para ficar. Apenas queremos sugerir que se coloque pelo menos mais uma banda por noite, e menos Djiing, cremos que seria extremamente positivo.


Como sugestão para o próximo ano, seria engraçado de se ter uma noite com Batida, Throes + The Shine, Buraka Som Sistema e Octa Push. Outras sugestões são, Linda Martini, PAUS, Moulinex, Xinobi, Hadouken, Capicua, Marcelo D2, Los Waves, Les Crazy Coconuts, Brass Wires Orchestra e White HAUS e Lotus Fever.

1 comentário:

  1. A verdade é que o festival esteve abaixo das espectactivas para 95% do público e piorou imenso em relação aos outros anos. Pior organização, pior recinto, piores filas, pior cartaz........... Se o ano passado Gabriel o Pensador e Richie Campbell foram senhores, este ano apenas DJ BL3ND conseguiu cativar o público e receber elogios. No geral, foi um verdadeiro desastre com muitas bandas/djs a serem simplesmente péssimas! (ex: marcelino da lua, chuckie, etc).

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